No Brasil, o cuidado é uma atividade essencial para o bem-estar da sociedade, mas muitas vezes seu impacto permanece invisível, principalmente quando realizado por mulheres negras. Este trabalho, que envolve dedicação, empatia e solidariedade, sustenta a dignidade e acolhimento de idosos, mas também reflete as profundas desigualdades raciais e de gênero no país.
O Dia da Consciência Negra e a conexão com o cuidado
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, traz à tona debates sobre desigualdade racial e justiça social. No contexto do cuidado, essa data reforça a importância de reconhecer e valorizar o papel das mulheres negras, que historicamente têm sido a base dessa atividade no Brasil.
De acordo com dados do IBGE, em 2022, 63,4% das mulheres negras entre 15 e 29 anos que não estavam no mercado de trabalho nem estudavam, estavam envolvidas no cuidado de familiares ou em tarefas domésticas. Esse número evidencia o peso desproporcional que recai sobre essas mulheres, muitas vezes em detrimento de suas próprias oportunidades de estudo e trabalho.
Política Nacional de Cuidados: um passo para a justiça social
A Política Nacional de Cuidados busca estabelecer o cuidado como um direito fundamental e combater as desigualdades raciais e de gênero. Essa iniciativa reconhece que o trabalho de cuidado, realizado principalmente por mulheres negras, não é apenas funcional, mas também uma manifestação de empatia e solidariedade.
Valorizando o trabalho invisível
Embora o cuidado seja essencial, não podemos “romantizar” as barreiras enfrentadas por essas mulheres para se qualificarem ou entrarem no mercado de trabalho. É fundamental que, como sociedade, valorizemos esse trabalho e lutemos por condições mais justas para todas.
A dedicação das cuidadoras no Brasil representa o respeito e o amor necessários para que nossa sociedade seja mais digna e acolhedora. Promover a equidade nesse setor é um compromisso que todos devemos assumir.
